«Sentir? Sinta quem lê!»
Fernando
Pessoa, «Isto»
Sentir a arte? Sente quem vê.
Dois olhares de “O Grito da Imaginação”
Na passada segunda feira, dia
dois de março, tivemos o privilégio de participar numa visita guiada a uma
exposição da famosa pintora Paula Rego denominada “O Grito da Imaginação”.
Esta exposição é composta por
quadros que definiram um novo paradigma na pintura Portuguesa contemporânea.
Paula Rego viveu na época
salazarista. Um tempo sem liberdade. A valorização da mulher não era reconhecida.
À mulher era concedido o “lar” (educar os filhos, cozinhar…).Paula Rego
destacou-se na pintura por ter lutado contra esses ideais e ter continuado a
elaborar pinturas que incidem sobre a
capacidade da arte, nomeadamente na sua vertente figurativa. Revelar universos
onde a surpresa e o espanto se ancoram nos mais básicos e fundamentais anseios
da sociedade contemporânea, do papel da mulher nesse universo e, por fim, da
capacidade da arte questionar o quotidiano.
Deste modo, podemos relacionar a
arte de expressão de Paula Rego com a poesia de Fernando Pessoa. A artista
utilizou a arte da pintura para nos contar as suas histórias quotidianas, sendo
conhecida como pintora de contos, bem como as sensações predominantes no seu
dia a dia. Bernardo Soares, similarmente a Paula Rego, utilizou a escrita para
nos mostrar o seu dia a dia na cidade de Lisboa, transmitindo-nos as sensações
que o envolviam durante o seu percurso diário. Assim, como este semi-heterónimo
tem como característica a poesia deambulatória, ousamos afirmar que a pintora
Paula Rego teria a mesma característica referente à arte de pintar. Então, em
modo de conclusão, a sua pintura é, não só aos olhos de quem a vê, mas de quem
a entende, uma mistura e explosão de sensações.
Bárbara Fernandes, Beatriz
Pereira, Débora Mariana Débora Sofia, Érica Gonçalves, Rodrigo Silva, Selma
Ferreira, Tatiana Couto, Tiago Gonçalves, 12.ºB
Na visita de estudo a Serralves, tivemos o privilégio de apreciar a
exposição “O grito da Imaginação” da pintora Paula Rego.
Um dos quadros
que nos chamou mais a atenção foi a peça de pastel denominada “A Cinta” que
retrata uma figura feminina, aparentemente desconfortável, com características
masculinas que apelam à igualdade de género.
A pintora viveu numa época em que as mulheres eram extremadamente
reprimidas e eram obrigadas a seguir os padrões da sociedade, como é evidente
na aparente expressão de desconforto da figura no momento de vestir uma cinta.
Assim como no Modernismo, a obra da artista teve como objetivo a sátira
e a consequente mudança do pensamento do corpo social.
Depois de uma reflexão coletiva percebemos que todas as pinturas têm um
carácter subjetivo que nos permite dar asas à imaginação tais como os poemas de
Fernando Pessoa. Ao percebermos isto percebemos como ver as obras de Paula Rego
numa perspetiva diferente.
Ana Costa, Bruna Silva,
Higino Silva, Inês Lima, João Gonçalves, Luana Borges, Renato Silva, Ricardo
Pereira, Daniela Sousa, Ana Rita Araújo, Rafael Peixoto – 12.ºA