17 /04/2020
Não sei se o que estou a escrever
se possa considerar um diário. Nunca escrevi nenhum. Quando pergunto às pessoas
o que consideram ser um diário, a maioria responde “É um texto em que escreves
o que fizeste naquele dia. Podes também contar segredos ou expressar os teus
sentimentos.” Eu fico a olhar para a pessoa e penso “Escrever segredos num
livro que qualquer um consegue abrir e ler?! E o que escreves naqueles dias
aborrecidos, quando entras na fase mecânica da vida? Acordar, ir para a escola
ou trabalho, regressar a casa e dormir. Páginas e páginas escritas desta forma…
(Que divertido!) ”.
Mas vou dar o meu melhor e
escrever aquilo que fiz hoje.
Olá Diário,
É bom que saibas que eu nunca
escrevi uma única página de diário. Vamos ver se consigo…
Bem, hoje tive uma aula de Matemática
pela plataforma Zoom, depois fiz alguns exercícios de Português e de Matemática.
Agora, com as novas regras que o
governo declarou, apenas preciso de fazer o exame de Matemática, pois, é um dos
exames de que necessito para ter mais opções para o acesso ao Ensino Superior.
Eu avisei! O que tinha para dizer
que não era de grande interesse …mas deu para me distrair um pouco de tudo.
João
Frei, 12.ºB
Sexta-feira, 17 de abril de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no trigésimo
terceiro dia de quarentena e anunciam-se, agora, boas notícias: o Presidente da
República prevê que, em maio, já possamos voltar à normalidade.
Mas aqui está mais um problema:
várias pessoas não entendem que esta normalidade é condicionada, isto é, não
podemos fazer tudo o que queremos. Como é óbvio, uma pandemia não desaparece de
um dia para o outro; apenas se vai tornando cada vez menos “agressiva”. Por
isso, por exemplo, atividades que envolvam grandes grupos de pessoas, muito
próximas umas das outras, são de evitar.
Penso que isso devesse ser mais
enfatizado, já que vejo ondas de otimismo um pouco exagerado pelas redes
sociais. É certo que devemos manter-nos sempre otimistas mas, por outro lado,
devemos entender que a nossa total normalidade demorará a voltar: é importante
que todos continuem em casa por agora e, caso possamos começar a sair à rua,
devemos continuar a tomar as devidas precauções, caso contrário, tudo voltará
ao início. Mesmo assim, cada vez mais, há sinais de que conseguiremos solucionar esta grande confusão.
Maria
João Fontão (11ºC)
Querido diário,
Hoje foi mais um dia
longo de trabalho no qual aprendi várias novas matérias. Também pus em prática
o meu inglês e reforcei o meu vocabulário.
Pela tarde, no meu
passeio diário subi ao cume do monte. Foi uma subida lenta, desafiadora, por um
caminho em terra batida, já destruído pela força da água das chuvas que desce
turbulentamente, por entre eucaliptos, mato, giestas e outras plantas que
tentam sobreviver à severidade do terreno não muito fértil e formado por
grandes penedos graníticos. O vento não estava a favor, tentando quase
impedir-nos de continuar, e o sol brilhava alegremente aquecendo as nossas
costas. Mas, apesar de chegar um pouco cansada, valeu a pena este caminho. No
topo corria um leve brisa e a vista era magnífica. Viam-se várias freguesias
das redondezas onde as casas se perdiam no meio de campos que pareciam
quadradinhos em vários tons de verde. No horizonte, o céu era rasgado pelas
montanhas cheias de árvores e arvoredo. Todo este verde contrastava com o azul
do céu semiescondido pelas nuvens brancas e cinza claras bem fofinhas. Depois
deste momento maravilhoso, descemos por outro caminho não menos alagado e cheio
de fendas, mas mais suave e menos ingreme.
Isto fez-me perceber que
quando realmente queremos algo muito bom e importante para a nossa vida devemos
lutar, percorrer um longo caminho nem sempre fácil e nunca desistir perante as
adversidades. Pode até ser difícil, mas no fim, quando alcançarmos o nosso
objetivo, vai saber tão bem e vai ser imensamente gratificante olhar para trás
e ver tudo aquilo que conquistamos até então. Por isso, nunca desistamos dos
nossos sonhos por mais árduo que seja o percurso a traçar.
Marina Peixoto (11ºD)