domingo, 19 de abril de 2020

aepl.estetempo 19.abril.2020


Querido diário,

Amanhã inicia-se a segunda semana de aulas digitais. Vai ser um novo desafio com novas aprendizagens. Estes dias continuarão a testar as nossas capacidades de concentração, produtividade, gestão, organização…
Estou especialmente satisfeita com as ondas de solidariedade que vão surgindo para ajudar aqueles alunos que não têm computador ou tablet e internet em casa e que assim não podiam ter acesso aos conteúdos enviados pelos professores e presentes em diversas plataformas, estando extremamente condicionados no seu estudo.  


Marina Peixoto (11ºD)



19/04/2020
Querido diário,
Gostava de te poder contar alguma novidade ou alguma coisa boa que me tenha acontecido, mas lamento, não te posso contar nada disso. Há já um mês e alguns dias que me encontro em casa, sempre com a mesma rotina, sempre a ver a mesma mobília, sempre no mesmo espaço.
Nem sei o que pensar, está tudo tão estranho. A escola foi obrigada a fechar duas semanas mais cedo e esse fecho mudou tanta coisa. O que mais me custa, porque era o que mais estava habituado a fazer, é não poder estar com os meus amigos, pois com eles tudo se tornava simples e natural. Com eles podia falar de tudo que eles compreendiam sempre, trocávamos ideias e ajudávamo-nos uns aos outros quando fosse possível.
 Agora como é pedido pelas autoridades superiores temos que estar em casa, e é o estar em casa com tanto tempo disponível que me apercebi o que realmente se passa “lá fora”. Apercebi-me de que “lá fora” tudo está um caos, milhares de pessoas a ficarem doentes (desde os mais jovens aos que já deram tanto à vida), milhares de famílias a ficam “sem chão”, pois perdem os seus familiares mais queridos. Por outro lado, vemos também milhares de heróis a sair de casa, a arriscar as suas vidas para salvar as nossas, sim as nossas, pois ninguém está isento de precisar da ajuda destes “hoje” heróis que nem sempre forma olhados com a dignidade que mereciam e alguns nem o salário que lhes era devido recebiam…
Querido diário despeço-me ti com uma frase de Fernando Pessoa que acaba por representar o meu sentimento interior, pois eu gostava sinceramente de poder ajudar as pessoas que mais estão a sofrer com esta pandemia, gostava de levar uma palavra de gratidão a todas os heróis.
“Tenho sentimentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens”

Tiago Gonçalves (12.ºB)



Domingo, 19 de abril de 2020
Querido diário,

Estamos, hoje, no trigésimo quinto dia de quarentena e, ultimamente, tenho reparado que os laços entre as pessoas são subvalorizados. Sinto que a humanidade esteja, de certa forma, separada, sem que haja aquele convívio e afeto que as pessoas das gerações mais antigas descrevem.
Penso que, mais uma vez, este afastamento se deva ao desenvolvimento tecnológico. Como já te disse, a maior presença de tecnologia de ponta nas nossas vidas modifica a forma como vivemos e, consequentemente, a forma como agimos. Parece que os aparelhos tecnológicos roubam a nossa atenção, não restando nenhuma ao que é mais importante. E aos aparelhos tecnológicos podemos acrescentar todos os outros bens materiais que parecem ser o centro das atenções da sociedade de hoje em dia.
Vemos cada vez mais jovens a sentir-se tristes e depressivos, e talvez esta seja uma das razões. Uma vida cujo foco são bens materiais e crescimento económico torna-se tão vazia e fútil que deixa de haver motivo para a felicidade. As pessoas têm que voltar a valorizar a importância do afeto e entreajuda pois, a meu ver, isso é o que traz a felicidade; não os bens materiais.

Maria João Fontão (11ºC)