Quinta-feira, 21 de
maio de 2020
Querido diário,
Estamos, hoje, no
sexagésimo sétimo dia de quarentena. Como já te disse, costumo banalizar os
problemas, ou para os ultrapassar, ou para os tentar compreender melhor.
Um dos grandes
problemas da humanidade são as inseguranças, relativamente à aparência física.
Se banalizarmos este problema, entenderemos que talvez nos preocupemos
demasiado com o nosso corpo, quando não passa disso: um corpo – que serve para
nos movermos, nos alimentarmos, etc.
Mesmo
que todos nós saibamos disso, continuamos a sentir-nos inseguros (nem todos da
mesma forma, é claro) relativamente aos pequenos detalhes do nosso corpo, sendo
que, provavelmente, ninguém repara neles. De facto, a mente humana é bastante
complexa e difícil de decifrar.
Maria
João Fontão (11ºC)
Querido diário,
Já passaram quase
três semanas desde o início do desconfinamento e o balanço tem sido positivo. O
número de casos infetados não teve uma subida acentuada como aconteceu em
alguns países, que estão sujeitos a terem uma nova vaga. Diariamente, a subida
tem sido cerca de 0,8%, o que é muito bom.
Este crescimento
superou as minhas expetativas, pois eu pensava que, depois das pessoas poderem
sair à rua, fazer compras, ir aos restaurantes, os novos casos iam disparar.
Ainda bem que isso não está a acontecer.
Contudo, hoje foi
registado um novo foco na Azambuja, numa fábrica onde já tinha havido um enorme
número de infetados. Já são 70 confirmados e teme-se que haja mais.
Apesar de tudo, creio
que as pessoas ainda estão um pouco receosas de sair e ainda vão levar algum
tempo a adaptar-se às novas medidas de segurança, porque, como disse o
Presidente da República, elas estão em “transição psicológica”.
“Não é o mais forte que
sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças!”
Marina Peixoto (11ºD)
Com tudo o que está a acontecer à
minha volta vacilo entre o saber o que é viver com tranquilidade e o viver em
liberdade… Mas já pude experimentar um momento de bem-estar “neste tempo” - um
passeio pelo monte perto da minha casa. Como foi bom sentir o cheiro da
natureza, o vento e a calorosa luz do sol que me aquecia.
Daniela Sousa, 12.ºA
O engraçado de sermos os únicos seres
racionais da Terra é aprendermos com os nossos erros. Mas isso é a lei da
sobrevivência, todos os animais têm essa consciência. Na entrada da nova
década, o Mundo parou. Tudo aquilo que nós desvalorizámos, passou a ter
sentido. A liberdade é a água que nos falta, a família é o Sol que nos aquece e
a saúde é o bem-estar que precisamos. Não era suposto termos dado valor a isto?
Se sim, então porque precisamos de parar para que tudo tenha um significado?
Sejamos racionais e paremos de pensar no nosso stress diário. Sejamos racionais
e aprendamos algo com a "Paragem Mundial".
Hugo Gomes, 12.ºA
Nas
correntes do nosso domicílio,
E
ainda algemados pelo medo,
A
palavra “amigo” já é delírio,
Já
não sabemos o que é tarde nem o que é cedo.
João Gonçalves, 12.ºA
Hoje, conheço melhor o significado da
palavra liberdade. Mais do que sair quando se quer e como se quer, é sentir a
essência de viver. É sentir o motivo pelo qual vivemos.
Hoje, também posso dizer que aprendi a
valorizar as coisas simples, como sair para ir comprar pão, por exemplo…
Hoje, o significado de ser feliz é
para mim muito mais abrangente.
Ricardo Pereira, 12.ºA