As palavras - que existem no dicionário ou não - continuam a marcar as nossas vidas.
Aqui ficam alguns belos exemplos disso mesmo.
Boas leituras!
Guardiã de palavras e do encontro
Quando a professora de Matemática nos pediu para escolher três palavras que achávamos que poderiam cair em desuso, eu pensei em convívio, grupo e equipa. Entreguei à professora (que entregou aos dois colegas que escolhi) as palavras grupo e convívio e comprometi-me a ficar como guardiã da palavra equipa.
Porquê a palavra equipa? Porque apesar de gostar
de trabalhar autonomamente, trabalhar em equipa também me agrada imenso: reunirmo-nos
e discutir diferentes opiniões, diferentes perspetivas e, no final, conseguir
obter ideias mais completas e interessantes do que se estivéssemos a pensar
sozinhos. Nestes lamentáveis tempos de pandemia, onde o contacto físico humano
precisa de ser o mínimo, não é possível nem recomendável realizarmos tarefas em
conjunto (“equipa”) e eu pretendo guardar essa palavra até que ela deixe de ser
só uma palavra e possa tornar-se numa ação.
Lara Araújo (12.ºC)
Literatura
Nenhuma das outras palavras que escrevi na aula de Matemática possuía a mesma força da palavra “literatura”, esta que é tão pouco usual na vida da maioria dos jovens atualmente.
Na minha é.
Aliás, nunca foi tão pertinente neste momento de enclausura, que nos retrai e
não nos permite expandir o nosso ser. Confere-nos, a literatura, o poder de
acompanhar a vida de uma personagem sem de ela nos distanciarmos, por exemplo.
Além de nos aproximarmos de outros, também caímos mais em nós, conhecemos e
percebemos o “eu” que, provavelmente, dormia na sombra dominante de nós, ou
seja, a ignorância, a falta de sensibilidade, de espírito crítico.
É delicada, porém, necessita de constante estímulo para libertar o que em nós se resguarda ou distancia, como agora.
Fernão Veloso (12ºC)