terça-feira, 27 de outubro de 2020

 

As palavras - que existem no dicionário ou não - continuam a marcar as nossas vidas.

Aqui ficam alguns belos exemplos disso mesmo.

Boas leituras!



                     Guardiã de palavras e do encontro

Quando a professora de Matemática nos pediu para escolher três palavras que achávamos que poderiam cair em desuso, eu pensei em convívio, grupo e equipa. Entreguei à professora (que entregou aos dois colegas que escolhi) as palavras grupo e convívio e comprometi-me a ficar como guardiã da palavra equipa.

Porquê a palavra equipa? Porque apesar de gostar de trabalhar autonomamente, trabalhar em equipa também me agrada imenso: reunirmo-nos e discutir diferentes opiniões, diferentes perspetivas e, no final, conseguir obter ideias mais completas e interessantes do que se estivéssemos a pensar sozinhos. Nestes lamentáveis tempos de pandemia, onde o contacto físico humano precisa de ser o mínimo, não é possível nem recomendável realizarmos tarefas em conjunto (“equipa”) e eu pretendo guardar essa palavra até que ela deixe de ser só uma palavra e possa tornar-se numa ação.

Lara Araújo (12.ºC)




Literatura 

Nenhuma das outras palavras que escrevi na aula de Matemática possuía a mesma força da palavra “literatura”, esta que é tão pouco usual na vida da maioria dos jovens atualmente.

Na minha é. Aliás, nunca foi tão pertinente neste momento de enclausura, que nos retrai e não nos permite expandir o nosso ser. Confere-nos, a literatura, o poder de acompanhar a vida de uma personagem sem de ela nos distanciarmos, por exemplo. Além de nos aproximarmos de outros, também caímos mais em nós, conhecemos e percebemos o “eu” que, provavelmente, dormia na sombra dominante de nós, ou seja, a ignorância, a falta de sensibilidade, de espírito crítico.

É delicada, porém, necessita de constante estímulo para libertar o que em nós se resguarda ou distancia, como agora. 

 Fernão Veloso (12ºC)