sábado, 23 de janeiro de 2021


Basta levantar o olhar, tentar respirar mais profundamente ou querer ouvir o que nos rodeia 
para nos apercebermos que andamos todos presos num mundo que nos escapa...
Seria errado pensar que os nossos jovens não se apercebem do que insiste em moldar-nos. 
Sim, eles estão atentos e vários são os assuntos acerca dos quais refletem. 
Deixámo-los aqui expressar algumas das suas opiniões. 
Não deixem de ler!
Quem sabe não vos apeteça retorquir com a mesma pena... 
O espaço é vosso, é nosso...




Manifesto Anti-Depressão não é doença

 

BASTA! Diz-me: porque estás tão triste?

Diz-me: Porque choras sem razão?

Porque não sorris, não ris?

Porque não sais da cama?

Porque não sais de casa?

Porque não vamos sair, jantar, brincar?

Chega de questionar quem com estes sintomas vive, ninguém vive assim porque quer. Há que olhar para o lado, para a frente, para o amigo, para o pai, a mãe, o irmão e perceber que podemos fazer estas questões, mas não devemos, é depressão, é uma doença. Chega de olhar para quem vive com isto como fracos, os fortes também quebram, esta doença não tem idades, não escolhe sexo, não escolhe classe social.

Nesta hora acordem e percebam que é agora que devemos estar, fazer e apoiar, sem perguntas, sem críticas, sem abandonarmos a vida que temos, mas sim compreendermos a pessoa, procurar criar empatia, reconhecer que essa experiência não está a ser vivida por nós, não digas entendo, não entendes, só entende quem passa por isso.

Não é uma questão de animar uma pessoa, persistir para uma boa disposição, envolvermo-nos muito...NÃO! É percebê-la, termos paciência, não deixarmos as pessoas afastarem-se.

Depressão não é um sinal de fraqueza, são pessoas…pessoas que precisam de falar sobre o nosso dia, o dia delas, qualquer assunto, elas não são só “aquilo”.

Um simples gesto faz toda a diferença…

Empatia é um forte elemento para que estas pessoas se sintam confortáveis para falar connosco e poderem exprimir-se. Temos de permitir que a empatia exista, melhorando as nossas próprias vidas e daqueles que nos rodeiam. Está na hora de nos tornarmos uma sociedade melhor.

Mexam-se! Julguem menos! Não são “malucos”. Entendam-nos, ouçam-nos…Sim, é um processo difícil que envolve várias tentativas e erros, temos de ter paciência, estar lá para elas. Não fujamos delas, não levemos as coisas para o nosso lado pessoal, vamos incentivá-las para mudanças positivas, coisas simples que lhes tragam felicidade.

Chega! Mudemos! Ajudem quem vos rodeia, despertem, às vezes aquele que mais sorri apenas esconde a sua dor… Querem apoiá-los? Façam algo, não fiquem parados, não façam os problemas deles vossos, estejam lá e ouçam o que eles têm para dizer.

A depressão traduz-se demasiadas vezes numa alma onde o olhar nos transmite uma escuridão silenciosa, avassaladora… É um estado psicológico muito preocupante.

A depressão é uma doença… a cura? Não são medicamentos, mas podes ser tu…

 

                                                               Ana Cláudia Fernandes 12ºB


Manifesto Anti Desigualdade

Liberté, Egalité, Fraternité…

Parece que a revolução francesa surtiu menos efeito do que o Prós e Contras. Num mundo tão evoluído como o nosso, é impensável a igualdade não estar garantida. Todos devemos ter as mesmas oportunidades, ao nível da educação, saúde, género, etc. E, com isto, não significa que sejamos tratados da mesma forma. É claro que não! Somos todos diferentes, e, por isso, é essencial que nos sejam fornecidas ferramentas, adaptadas a cada um, para que possamos estar no mesmo pé de igualdade.

- Hum! Aqui não está.

- Deixa ver acolá… também não!

Com um tema tão em voga, seria de estranhar que o assunto não fosse tocado na Assembleia da República. Numa dessas vezes, o mote deverá ter sido a igualdade de género, que, nos dias de hoje, mais parece estar ao fundo do túnel. Não há, de forma alguma, explicação plausível para o facto de um órgão determinar quanto um ser humano deve receber, no final do mês. Quem ma arranjar, terá um cérebro de o vácuo sentir inveja. Como diz o provérbio, as palavras, leva-as o vento. E no caso dos políticos, até uma brisa seria suficiente!

- Estou quente ou frio?

- Mais gelado impossível.

E quem está também gelado, ou mesmo congelado, é o setor da cultura. E não porque quisessem, mas porque o termóstato foi regulado por aqueles que dão mais importância a movimentos que, em nada, são capazes de substituir a magia que a cultura desperta dentro de nós. Porquê colocar a vida de tantos artistas em pausa? Porquê deixar de levar às pessoas a essência da vida? Pelos vistos, a resposta é tão, ou mais, complexa que o estado mental de Fernando Pessoa. E é bem difícil!

- Que hei de fazer, então? Eu juro que procuro, mas cadê você, noção?

É, realmente, uma constante caça a um tesouro que nem sequer foi escondido. Tesouro esse que, se existisse, dava lugar a prioridades que, neste momento, estão a ser secundarizadas. A desigualdade combate-se com noção. Nós somos, no final de contas, humanos que merecem ser respeitados, dotados de uma vida digna e justa, independentemente de onde vimos, quem somos e o que fazemos. E isto é um grande passo, para que, um dia, ao sairmos à rua, sejamos felizes.

- Pronto, já vou embora.

- Encontraste? Onde estava?

- Não, mas liguei ao Ethan Hunt.

Miguel Almeida 12ºB



Manifesto anti-derrotismo (autoconfiança)

 

Acorda! Basta, ouviste, já chega…esquece tudo de uma vez por todas e assume! De que estás à espera?

Assume com coragem aquilo que queres;

Assume com coragem aquilo que és e aquilo que desejas;

Que não te vença o medo do que os outros vão pensar;

Que não te vença o medo do que os outros vão dizer;

Que não te vença o medo da crítica, nem o dedo alheio;

Que não te vença o medo da verdade, ou a falta de confiança;

Acredita, acredita em ti!

Acredita que és capaz e não deixes que nada nem ninguém te digam o contrário, ninguém te derrubará, nunca, ouviste…basta!

Não tens noção do quão forte és;

Alimenta-te da crítica, do fracasso, do medo, dos outros, da tua fome de vencer!

Assusta-te?

Se a vontade, o sucesso, a felicidade, os sonhos não te assustam, é porque não são assim tão grandes como pensas.

Faz por ti e por mais ninguém. Luta, até à última pinga de suor, luta até à última lágrima de sangue. Caíste? Só tens uma opção…levanta-te, insiste, persiste, e não pares de lutar. Amanhã é outro dia. A tua oportunidade vai chegar e quando assim for, amarra-a com unhas e dentes. Vive, limita-te a ser feliz e a fazer aquilo que queres para ti. É a tua oportunidade de venceres, de triunfares!

Não procures a perfeição, porque a única coisa perfeita são os sentimentos e aquilo que tu transmites quando fazes aquilo que verdadeiramente amas.

Assume a cor das tuas paixões;

Assume o rosto dos teus amores;

Assume aquilo que sentes;

Assume com coragem, com amor, e sempre com um sorriso contagioso, de orelha a orelha;

E se pelo meio da tua caminhada de coragem e ousadia, perderes alguém que contigo não quer caminhar, continua o caminho sozinho, porque ninguém sabe melhor da tua vida que tu próprio. Não passa de ti, só depende de ti. Tu podes (e deves) definir a tua vida!

E se errares, não te preocupes;

Só não erra quem não é humano, quem não tenta;

É um caminho de coragem, será sempre um caminho de tentativas e experiências;

Se é aquilo que queres para ti, que te faz feliz, porquê tantas perguntas? Aquilo que queres: tenta! Sempre! Não tenhas medo!

 

                Cláudio Silva – 12ºB


Manifesto Anti – Não Reciclagem

- Isto não pode continuar assim! A Terra não aguenta mais!

O excesso de lixo é um dos grandes problemas da nossa Humanidade. O facto de o Homem não fazer reciclagem, algo que não custa nada, pode culminar em muitos desastres ambientais.

O clima está diretamente ligado ao efeito de estufa e o aumento do mesmo é proporcional ao crescimento de gases nocivos lançados para a atmosfera. Agora pensemos: o drástico aumento do efeito de estufa, acrescido à falta de reciclagem e à falta de urbanismo sustentável irá resultar num desequilíbrio da temperatura em todo o mundo.

Ouvimos muitas vezes a frase “O lixo vai sempre parar ao mar.”, e é verdade. O lixo mal descartado, geralmente, vai alcançar as condutas de água percorrendo, assim, um caminho até ao mar onde se vai alojar, formando as ilhas de lixo. Por todos os nossos oceanos existem inúmeras ilhas de plástico, sendo que este tipo de material demora cerca de 450 ANOS para se degradar! Todo este lixo está a matar diversos animais, uma vez que estes seres ingerem a imundice gerada ou acabam por ficar presos nela. “Hoje em dia, as pessoas lançam o equivalente a cinco sacos de plástico de lixo para o mar, a cada 30 centímetros de costa. Se continuar desta maneira, vamos chegar a 2050 com mais plástico do que peixe no mar." (Pinheiro, 2020)

A poluição a nível dos solos deve-se à acumulação de resíduos sólidos não orgânicos no chão. Esta poluição está diretamente relacionada ao desenvolvimento de doenças infecciosas – por exemplo, Tétano – em animais como moscas, ratos e mosquitos.

Neste contexto vemos que a não reciclagem afeta, direta ou indiretamente o ar, a água, os solos e os seres vivos, ou seja, toda a Biosfera.

- Nós não podemos simplesmente pegar num papel e deitá-lo para o chão! Existem locais corretos para o colocar!

Tudo isto porque o Homem não é capaz de fazer um ato simples por só se importar com ele próprio. O que não sabe é que, a este ritmo, vamos acabar todos por morrer nas nossas próprias armadilhas.

- Noção precisa-se! Não existe outro planeta! Nada custa fazer a separação do lixo! Se cada um fizer a sua parte o mundo poderá tornar-se num lugar melhor ao longo dos anos.

 

Íris Beatriz 12ºB


Manifesto Anti Telenovelas

Nos dias de hoje, as telenovelas têm tido muitas audiências, das quais eu não faço parte, digo já. O seu objetivo é retratar a realidade, mas, pelo que sei, essa realidade está bastante distorcida.

As novelas exibem luxos que a maioria dos telespetadores não tem, nem nunca terá, e isso deixa-me com dúvidas e a pensar no sentimento que provocará a essas pessoas. Porque é que isso é assim? Os autores das novelas querem sentir-se superiores? Querem que as pessoas sem possibilidades se sintam ainda mais miseráveis, por não terem capacidade de ter e dar melhores condições à sua família?

Como já referi, a realidade está muito adulterada e isso vê-se nos clichês que elas apresentam, como o banalíssimo triângulo amoroso, a famosa sede de vingança, a tragédia dos irmãos gémeos separados à nascença, o protagonista pobre…

E o amor à primeira vista, em slow motion? Já estou farta de ver, quando saio de casa. Mas é que é todo o santo dia. E as empregadas cuscas? Cá para mim, é um insulto camuflado às pessoas que trabalham nesse ramo. Mas quem sou eu para dizer alguma coisa. Quem sou eu…

 E a derradeira questão é: porque é que vamos ver algo que já sabemos como vai acabar? Enfim, eu não encontro nenhum propósito para ver um programa deste género, para não falar que, como as telenovelas não correspondem ao dia a dia, não criam tanta empatia com as pessoas que as veem, pois a vida não é um mar de rosas como as novelas aparentam, ok, guionistas?

O problema é que as pessoas, cada vez mais, apresentam graves dificuldades em distinguir a realidade da ficção, deixando algumas delas bastante fragilizadas, ao ver a vida das personagens, imaginando que será igual à dos que as rodeiam.

 Por isso… Produtores das novelas, parem de tentar mostrar que a vida é fácil e simples e comecem a tentar entender realmente o que os vossos espetadores enfrentam! Pode ser que assim comecem a ganhar mais audiências, ou pelo menos a minha admiração.

 

Margarida Mendes 12ºB

 

 

Manifesto Anti-Manifestos

Mas que ideia vem a ser esta de traduzir as lamúrias em letras e aguardar que algo se altere, como se de um milagre se tratasse?! Pior! Culpar uma entidade por jeremiadas pessoais e, ainda para mais, persuadir e corromper alheios para que adquiram um comportamento que o próprio não tem? Enfim, a hipocrisia! Manifesto, é assim que lhe chamam? Saberão, na pior das hipóteses, o significado do vocábulo? Manifesto: patente, público, notório, evidente, claro… A única noção clara é o medo, a incompetência e a dissimulação daquele que se esconde por entre as palavras e se limita a cogitar e corroer tampas de caneta, aguardando passivamente que a sua mensagem seja implementada por frágeis mentes em fortes corpos. Quão diferente será esta gente de todos os líderes ineptos e autocentrados que a História nos deixou? Certo… Neste momento não precisamos disso. Não precisamos de pessoas a viver em segundo, terceiro, porventura quarto plano! Ao que chegamos! Acabe-se a reatividade e passemos à proatividade, à ação! Irradiada seja a palavra.

Por menos manifestos e por mais manifestantes!

                                                                                                              Rodrigo Gomes 12ºB

 

 

Manifesto Anti-Netflix

Netflix, plataforma de streaming mundial, com inúmeras séries e filmes originais ou comprados a outros, utilizada e adorada pela maior parte da população inscrita na mesma e odiada ao mesmo tempo.

Odiada porquê? Esta plataforma tem o hábito de apresentar publicidade de uma série, três meses antes da mesma estrear o seu primeiro episódio.

Nada contra, mas também nada a favor!

Antes de sequer sabermos a data de estreia temos que lidar com os constantes anúncios e publicações acerca da mesma, o que não é correto, pois, passados os três meses já ninguém se lembra do trailer.

Mas não fica por aqui, o pior de tudo é mesmo quando, depois de tanta espera, temos finalmente a série disponível e nos deparamos com uma temporada com apenas oito míseros episódios.

Ridículo!

Eu que vi oito temporadas com vinte e dois episódios cada, em apenas duas semanas, vejo aquilo numa tarde de chuva sentada no sofá!

Resumidamente, ficamos deslumbrados pelos imensos anúncios feitos três meses antes, gastamos aproximadamente oito horas da nossa vida para ver a temporada inteira num dia e, depois, nem sequer sabemos se a história vai continuar, apesar do final dramático ao qual queremos desesperadamente resposta.

Após o fim da primeira temporada, a nossa querida Netflix tem duas opções:

Uma delas é: se a série teve sucesso e a fez ganhar milhões, continuar com os anúncios irritantes para ter ainda mais audiências. Depois de alcançadas visualizações acima do esperado decidem confirmar uma nova temporada que só irá sair dois anos depois.

Stressante para mim, que tenho de rever vezes sem conta os oito  míseros episódios que tenho disponíveis, porque fiquei obcecada pela história e não aguento esperar tanto tempo!

A outra, a pior de todas é: fazer-nos acreditar que poderá sair uma nova temporada com todas as respostas àquilo que precisamos, porém, duas semanas depois muda de ideias e diz-nos que a série foi cancelada.

Até apetece cancelar a subscrição!

 

Helena Neves 12ºB