domingo, 17 de janeiro de 2021

 

Porque hoje é sabado (16 janeiro)

 

Sentada no sofá a ver um filme, olho para o relógio e passam 20 minutos da meia noite. Portanto, já é sábado, já posso escrever a minha crónica. Sobre cinema, desta vez.

Tenho aproveitado a noite de 6ª para ler o que fica em falta dos jornais durante a semana, ver a série portuguesa “Conta-me como foi”, que considero muito bem documentada e elucidativa do período vivido em Portugal após o 25 de abril, e acompanhar, logo em seguida, o ciclo de cinema dedicado ao grande cineasta japonês, Akira Kurosawa, em japonês: 黒澤 .

O filme da semana passada foi “Os Sete Samurais” e o de hoje chama-se “A Fortaleza Escondida”

 

Encantada com as primeiras imagens, fiquei presa ao ecrã 139 minutos, como diz na ficha técnica, que a seguir fui consultar, entre outras informações sobre o filme em questão, o cineasta e o Japão.


Nascido em Tóquio em 1910 , Akira Kurosawa, morreu em Setagaya em 1998. Com uma carreira de 50 anos, Kurosawa dirigiu 30 filmes e é amplamente considerado como um dos cineastas mais importantes e influentes da história do cinema. Homem intelectual e culto, com um caráter forte, muito perfeccionista no seu trabalho, o que o levou a ser conhecido como o Imperador.

Sobre o filme diz-se no site da RTP o seguinte: "A Fortaleza Escondida" é uma notável realização de Akira Kurosawa que em 1958 criava um grande clássico do cinema de aventuras, que foi, aliás, o primeiro filme japonês em Cinemascope e uma das mais dispendiosas produções de sempre em terras do "Sol Nascente".
Uma emocionante história sobre uma princesa em fuga, um heroico general, dois divertidos marginais e um fabuloso tesouro, todos em busca de uma fantástica fortaleza secreta que vão encontrar após uma odisseia de combates, perigos e inúmeras peripécias no Japão feudal.

Um grande filme de Kurosawa, pleno de aventura, romance e humor, que George Lucas confessou ter estado na origem da sua celebérrima saga intergaláctica, "Star Wars".

Não é preciso muito tempo de exibição para perceber que se trata de uma obra épica, onde todos os elementos são mostrados com grandeza e grande rigor técnico, da fotografia à música.

 

É claro que a maioria de nós, e os jovens em particular, tão habituados ao ritmo frenético e colorido da produção de Hollywood, já não aprecia filmes a preto e branco, um enredo que se desenvolve lentamente   com uma peculiar estética na apresentação e transição das cenas, para não falar da ausência de referentes culturais nipónicos…

Infelizmente, ir ao cinema, além de interdito pelo confinamento, deixou de ter a magia de outros tempos!

O cinema, ou melhor, um certo cinema, entra-nos em casa através da televisão e, pior ainda, através do telemóvel, um terrível malefício para a saúde e uma desvirtuação desta nobre arte.

E como a crónica já vai longa, prometo voltar no próximo sábado. Netflix será o tema.

Entretanto, vejam bons filmes em bons ecrãs!

E quando pudermos regressar, em boas salas de cinema! (Sem pipocas e sem barulho, evidentemente!)

Rosa Sousa