Porque hoje é sabado (16 janeiro)
Sentada
no sofá a ver um filme, olho para o relógio e passam 20 minutos da meia noite.
Portanto, já é sábado, já posso escrever a minha crónica. Sobre cinema, desta
vez.
Tenho
aproveitado a noite de 6ª para ler o que fica em falta dos jornais durante a
semana, ver a série portuguesa “Conta-me como foi”, que considero muito bem
documentada e elucidativa do período vivido em Portugal após o 25 de abril, e
acompanhar, logo em seguida, o ciclo de cinema dedicado ao grande cineasta
japonês, Akira Kurosawa, em japonês: 黒澤 明.
O filme da semana passada foi “Os Sete Samurais” e o de hoje chama-se “A Fortaleza Escondida”
Encantada com as primeiras imagens, fiquei presa ao ecrã 139 minutos, como diz na ficha técnica, que a seguir fui consultar, entre outras informações sobre o filme em questão, o cineasta e o Japão.
Nascido em Tóquio em 1910 , Akira Kurosawa, morreu em Setagaya em 1998. Com uma carreira de 50 anos, Kurosawa dirigiu 30 filmes e é amplamente considerado como um dos cineastas mais importantes e influentes da história do cinema. Homem intelectual e culto, com um caráter forte, muito perfeccionista no seu trabalho, o que o levou a ser conhecido como o Imperador.
Sobre
o filme diz-se no site da RTP o seguinte: "A Fortaleza Escondida" é
uma notável realização de Akira Kurosawa que em 1958 criava um grande clássico
do cinema de aventuras, que foi, aliás, o primeiro filme japonês em Cinemascope
e uma das mais dispendiosas produções de sempre em terras do "Sol
Nascente".
Uma emocionante história sobre uma princesa em fuga, um heroico general, dois
divertidos marginais e um fabuloso tesouro, todos em busca de uma fantástica
fortaleza secreta que vão encontrar após uma odisseia de combates, perigos e
inúmeras peripécias no Japão feudal.
Um
grande filme de Kurosawa, pleno de aventura, romance e humor, que George Lucas
confessou ter estado na origem da sua celebérrima saga intergaláctica,
"Star Wars".
Não
é preciso muito tempo de exibição para perceber que se trata de uma obra épica,
onde todos os elementos são mostrados com grandeza e grande rigor técnico, da
fotografia à música.
É
claro que a maioria de nós, e os jovens em particular, tão habituados ao ritmo
frenético e colorido da produção de Hollywood, já não aprecia filmes a preto e
branco, um enredo que se desenvolve lentamente
com uma peculiar estética na apresentação e transição das cenas, para
não falar da ausência de referentes culturais nipónicos…
Infelizmente,
ir ao cinema, além de interdito pelo confinamento, deixou de ter a magia de
outros tempos!
O
cinema, ou melhor, um certo cinema, entra-nos em casa através da televisão e,
pior ainda, através do telemóvel, um terrível malefício para a saúde e uma
desvirtuação desta nobre arte.
E
como a crónica já vai longa, prometo voltar no próximo sábado. Netflix será o
tema.
Entretanto,
vejam bons filmes em bons ecrãs!
E
quando pudermos regressar, em boas salas de cinema! (Sem pipocas e sem barulho,
evidentemente!)
Rosa Sousa