In memoriam
Sempre do teu lado, mas distante,
Adiei, por acaso, este poema:
Encheste a minha vida redundante
De suspense, de ternura e alfazema.
Pegavas no cinzel da inspiração,
E depois, por instinto ou por magia,
Plantavas no palco solidão,
Amor, encanto, toneladas de ironia.
Afonso das palavras magistrais,
Sereno como as águas, triunfante,
Tinhas na Alma a beleza dos cristais
E na Vida a frescura do instante.
De saudade, mais um dia, tu fizeste,
Que irrompe por nós, sem nos dizer
Que um mestre é sempre um mestre
Ainda que o não possamos ver…
JM