No dia em que se comemoram os 48 anos do "25 de Abril", deixo aqui o belo poema de Jorge de Sena, lembrando que as cores da liberdade se fazem não só de cravos vermelhos, mas também da cor do sangue dos povos que lutam para se defender das cruéis invasões de que são vítimas. Por isso, é com profunda e sentida emoção que o digo e escrevo, a cor da liberdade deste momento é AZUL e AMARELA. Ainda que a negritude da guerra e do sofrimento atroz seja a cor predominante que os invasores espalham pelos territórios Ucranianos, a História encarregar-se-á de julgar e perpetuar a memória das cores e do seu simbolismo, sendo certo que os que morrem ao defender as cores da liberdade serão lembrados e aclamados face aos que matam, violam, destroem…para esses, só uma cor se lhes aplica, o negro da desumanidade.
E assim se pode e se deve também celebrar o "25 de Abril", porque a liberdade dos outros também é e será sempre a nossa! Bem-haja, por isso, aos que fizeram a nossa Revolução dos Cravos, os Militares. Foi feita igualmente para acabar com as guerras ultramarinas e assim impedir mais derramamento de sangue, sendo essa também a glória dos nossos bravos e destemidos heróis do 25 de Abril de 1974.
Isabel Friande
A Cor da
Liberdade
qual a cor da
liberdade.
Eu não posso
senão ser
desta terra
em que nasci.
Embora ao mundo
pertença
e sempre a
verdade vença,
qual será ser
livre aqui,
não hei de
morrer sem saber.
Trocaram tudo
em maldade,
é quase um
crime viver.
Mas, embora escondam
tudo
e me queiram
cego e mudo,
não hei de
morrer sem saber
qual a cor da
liberdade.
Jorge de Sena