domingo, 24 de abril de 2022

O 25 de Abril e as cores da liberdade

     No dia em que se comemoram os 48 anos do "25 de Abril", deixo aqui o belo poema de Jorge de Sena, lembrando que as cores da liberdade se fazem não só de cravos vermelhos, mas também da cor do sangue dos povos que lutam para se defender das cruéis invasões de que são vítimas. Por isso, é com profunda e sentida emoção que o digo e escrevo, a cor da liberdade deste momento é AZUL e AMARELA. Ainda que a negritude da guerra e do sofrimento atroz seja a cor predominante que os invasores espalham pelos territórios Ucranianos, a História encarregar-se-á de julgar e perpetuar a memória das cores e do seu simbolismo, sendo certo que os que morrem ao defender as cores da liberdade serão lembrados e aclamados face aos que matam, violam, destroem…para esses, só uma cor se lhes aplica, o negro da desumanidade. 

    E assim se pode e se deve também celebrar o "25 de Abril", porque a liberdade dos outros também é e será sempre a nossa! Bem-haja, por isso, aos que fizeram a nossa Revolução dos Cravos, os Militares. Foi feita igualmente para acabar com as guerras ultramarinas e assim impedir mais derramamento de sangue, sendo essa também a glória dos nossos bravos e destemidos heróis do 25 de Abril de 1974.

            Isabel Friande


A Cor da Liberdade

Não hei de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.

 

Eu não posso senão ser

desta terra em que nasci.

Embora ao mundo pertença

e sempre a verdade vença,

qual será ser livre aqui,

não hei de morrer sem saber.

 

Trocaram tudo em maldade,

é quase um crime viver.

Mas, embora escondam tudo

e me queiram cego e mudo,

não hei de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.

                      Jorge de Sena