Há cerca de dezasseis anos a minha alma gémea (Manuel Guimarães) assinou um despretensioso poema que constitui um desafio para a escrita, que eu agora direciono a todos os que têm pela palavra poética um carinho muito especial:
Vá lá, tente outra vez
Escute!
Não vá depressa,
Sabe?
Para além da prosaica frieza das horas
Há uma nesga de poesia.
Por detrás das palavras planas e lisas
Há a sinuosa aventura do poema,
Vá, dispa-se desse rigor formal!
Não se constroem
Paraísos sem a melodia da voz
Feita palavra.
Paraísos sem a melodia da voz
Feita palavra.
Manuel Guimarães (2006)