terça-feira, 1 de julho de 2025

Leituras Encenadas

 Leituras encenadas é uma atividade que o Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares do município tem vindo a prestar há já alguns anos às escolas do concelho.

As atrizes Dalila Lourenço e Margarida Silva (alunas que passaram pela Escola Secundária e participaram em atividades da Semana da Leitura e em várias peças de teatro levadas à cena pelo professor Afonso Fonseca) têm vindo a proporcionar aos alunos do Pré-Escolar e do 1º ciclo, momentos inesquecíveis a partir da adaptação de obras escolhidas pelos professores bibliotecários, depois de auscultados os professores titulares das turmas.

São já 2 anos de um trabalho digno de apreço por todos os que puderam assistir às suas representações. Ficámos todos mais ricos, muitas vezes emocionados até às lágrimas e esperamos voltar a contar com a vossa presença, alegria e profissionalismo. Continuem a trazer-nos a magia da palavra, da música, dos gestos, do amor e da dádiva aos outros através da vossa arte. 

Da parte da coordenadora da biblioteca do AEPL, um sincero e profundo agradecimento às atrizes pela ajuda que prestam na promoção da leitura.


Rosa Sousa- coordenadora da BE


 


Projeto “Memórias”

 Para recordar e repetir mais vezes

Este ano letivo, na EB do Ave, decidimos dar continuidade ao projeto que iniciámos durante a pandemia “companhia das cartas” e que entretanto mudámos para “Memórias”, pois é nossa intenção interagir mais no sentido de reavivar e aprender com as memórias e partilha das vivências dos senhores e senhoras que se encontram no Centro Paroquial e Social de Taíde.

No dia 3 de dezembro, a turma do 9º A, as professoras Natália Almeida, Rosa Sousa e Carla Azevedo voltaram a descer a ladeira para levar aos mais velhos um bocadinho de alegria, alterar a rotina das tardes mais frias, ouvir e aprender com as suas histórias de vida.

Num primeiro momento, em pares ou grupo de três, os alunos ofereceram um postal (da coleção dos artistas que pintam com a boca e com os pés) a todos os presentes e propuseram-se escrever aos familiares uma mensagem de Natal. Depois seguiu-se o momento em que mostraram os seus dotes vocais com canções natalícias em português, francês e inglês, às quais responderam duas senhoras com as cantigas do tempo em que cantavam nos ranchos e na lavoura e em que as suas vozes eram mais cristalinas. “Sabe menina, eu adoro cantar, acho que fui feita a cantar!”

Muito comunicativos e recetivos às nossas perguntas e interação, foi com alguma tristeza que terminámos a visita, mas com a promessa de voltarmos mais vezes e também de os recebermos na nossa escola para novas experiências e sensações.

Impressões dos alunos:

“Que experiência bonita”, Cecília

“Nunca pensei viver um momento tão agradável com os idosos”, Eduardo

“Os idosos são uma fonte inesgotável de sabedoria”, Inês

“Temos de vir cá mais vezes, é tão bom sair da escola”, Gabriel

 

Em fevereiro, na semana dedicada aos fetos, recebemos na nossa escola um grupo de senhores e senhoras mais ativos para uma tarde de convívio. Falou-se da forma como ocupavam os seus poucos tempos livres, dos jogos e brincadeiras com que se entretinham quando eram crianças: o jogo do botão, do pião, do espeto, da macaca, do lencinho; da construção dos seus próprios brinquedos com materiais simples, da natureza ou de desperdícios, como as bolas e as bonecas de trapos, carrinhos de madeira e rolamentos, fisgas; instrumentos musicais que criavam com pedaços de cana ou de caule do centeio.

Tivemos a oportunidade de ver como se deitava o pião, se jogava ao ióó, pois o Sr. António ainda tem mãos para estas e outras habilidades. E entre os jovens, houve quem não desistisse de treinar até conseguir por o pião a rodar no chão e depois apanhá-lo com a mão. E não faltou a alegria contagiante da professora Rosa que cantarolou: “Gira que gira o meu pião, mas não to dou nem por um tostão! Eu tenho um pião, um pião que dança, eu tenho um pião, mas não to dou não”.  

Houve também da parte dos jovens a tentativa de ensinar como se brinca hoje com o telemóvel e o tablet, mas os olhos e o movimento dos dedos já não ajudam…

E seguiu-se um pequenino lanche, um bolo feito na sala pelos alunos e servido pela Mafalda, que se encontra a estagiar nesse Centro Paroquial.

 

Com os exames à porta e algumas matérias para rever, os alunos do 9º ano não puderam terminar o encontro final deste projeto e foi ao 7º B que coube, no dia 11 de junho, fazer a despedida.

Pelas 10.30 h descemos a calçada que nos separa do Centro e, com uma manhã de temperatura amena e alguma excitação, fomos recebidos pela Dra. Cátia que, depois dos cumprimentos a todos os presentes da parte das professoras Natália e Rosa, distribuiu os alunos pelas mesas onde se encontravam os senhores e senhoras mais autónomos para jogarmos.

A comunicação nem sempre foi fácil, dada a surdez, falta de visão e alguma desistência perante a dificuldade da motricidade fina… , mas acabam por abrir o seu coração, contam-nos um pouco das suas vidas, dos seus desejos, das suas dores…

Ligeiramente desorientados e sem saber o que fazer num primeiro momento, os alunos foram-se integrando, percebendo como agir e mostraram-se muito cuidadosos e carinhosos com as palavras e os gestos. Ficaram tão sensibilizados e apegados aos seus pares, que num tom um pouco desalentado os ouvimos dizer: “OH! Não! Temos mesmo de ir embora…”

Sentimos que da parte deles também a nossa presença é bem-vinda e gostam da nossa companhia.

Ficou a promessa de um novo reencontro em setembro. Ou quem sabe, num próximo dia de férias?

 

As professoras: Rosa Sousa e Natália Almeida




domingo, 29 de junho de 2025

Semana Cultural - JI de Taíde

 

Na última semana de escola o Jardim de Infância de Taíde promoveu a Semana Cultural para a qual definimos diferentes atividades para cada dia da semana.




sexta-feira, 27 de junho de 2025

"O Mundo da Rute"

 Texto escrito e ilustrado pelos alunos do 1.º e 2.º Ciclos e pelos membros do Clube (Cons)Ciência.



sábado, 14 de junho de 2025

A evolução da Humanidade: 100 anos de história e as lições que nos deixou

 

Nem sempre nos parecem fáceis as ligações entre passado e presente, mas de facto, eles estão inevitavelmente interligados. Atualmente observamos bastante ceticismo em relação a muitos acontecimentos históricos, mas, uma coisa é o facto que aconteceu e outra, bem diferente, são as interpretações que dele são feitas, umas mais válidas que outras. Mas o mais preocupante é a perspetiva de que o progresso e a evolução da Humanidade são lineares. Esta afirmação é falsa e tentarei demonstrar isso através desta síntese. O que será que mudou e permaneceu nos últimos 100 anos e de que forma?

Neste enquadramento temporal, a primeira mudança que eu considero importante foi a refutação da teoria positivista. No século XIX, as significativas descobertas em termos do conhecimento científico e os avanços da medicina trouxeram um sentimento extremo de otimismo para o futuro. Esta ideia de que o futuro é previsível e o progresso é contínuo, entrou em colapso com o desencadear da Primeira Guerra Mundial (A Grande Guerra), iniciada em 1914. Tendo esta envolvido todos os continentes, foi uma guerra total, mas piores foram os seus efeitos. O grau de miséria, a fome intensa durante e após, os milhões de mortos, quer civis, quer militares, falam por si. Quando falo deste tema gosto de referir o Tratado de Versalhes que responsabilizou a Alemanha pela guerra e não só a obrigou a assinar o acordo como também a pagar reparações de guerra cujo valor era subjetivo e pouco claro. A falta de transparência que houve nestas cimeiras da paz em 1919, tendo em conta que este conflito terminou em 1918 com o Armistício de Compiègne, ainda permanece atualmente nas relações políticas entre países.  Vejamos o seguinte exemplo: Donald Trump e o líder Russo, encontram-se na Arábia Saudita para decidir o futuro da Ucrânia, sem uma das partes fundamentais: a Ucrânia.

Após a Grande Guerra, algumas mudanças foram feitas, desde o surgimento de vanguardas artísticas, a emancipação feminina, embora limitada, mudanças nos costumes e a proliferação de regimes democráticos.

Com o fracasso da Sociedade das Nações em manter a paz repete-se um novo conflito à escala mundial (1939-1945). Com a existência de confrontos ideológicos entre os totalitarismos e as democracias liberais, esta ultrapassa, em termos éticos e morais, a primeira. Quando Hitler em 1933 chegou ao poder e começou a intolerância, com as minorias, considerando apenas legitima a raça Ariana, lança as bases para o que veio a surgir - a Solução Final, levada a cabo no Holocausto. Esta intolerância ainda persiste na atualidade e é evidente nos partidos extremistas que são contra os ciganos, os árabes e, de forma generalizada, os imigrantes. Da mesma forma que Hitler foi eleito democraticamente, atualmente está a ocorrer o mesmo com partidos populistas que devido a astuciosas manobras e aproveitamento das redes sociais conseguem um grande número de votos.

Enquanto que após ambos os conflitos mundiais, os EUA apoiaram a Europa financeiramente (Ex.O Plano de Marshall, anunciado em 1947), o atual Presidente dos Estados Unidos da América acusa a União Europeia (UE) de ser um projeto com o propósito de destruir os EUA e de não garantir a paz nem a voz das pequenas nações em termos internacionais e com esse argumento, impõe tarifas comerciais aos Estados-membros da UE. No caso de Trump não há dúvidas: a América vem primeiro, mesmo que o país, apesar da grande margem de consumo interno, dependa fortemente das exportações para o PIB.

Da mesma forma que em 1929 com o Crash da Bolsa de Wall Street, ocorreu uma enorme crise económica, cujos efeitos foram esmagadores, atualmente devido à globalização e à interdependência dos mercados, qualquer pandemia e crise dissemina-se muito rapidamente e faz sentir-se de forma violenta nos quatro cantos do mundo, como foi o exemplo da Covid-19. Os ciclos de recessão e de prosperidade dos EUA repercutem-se rapidamente no mundo.

Nos nossos dias, a ONU, assim como a Sociedade das Nações no passado, enfrenta desafios, mas é uma organização essencial e temos visto resultados que o comprovam.  No entanto, a existência de alguns membros permanentes no Conselho de Segurança inviabiliza a aprovação de resoluções, pois estão mais preocupados com os seus próprios interesses do que com a paz e com o bem comum, sempre foi assim e será sempre uma continuidade.

Em 1945, Portugal manteve-se autoritário enquanto na Europa se assistia à queda dos fascismos. O mesmo aconteceu com as descolonizações que no caso Português, em particular, resultaram em guerras sem sentido que enfraqueceram economicamente o país e que podiam ter sido totalmente evitadas, bem como o número trágico de vítimas mortais e de incapacitados. Estas tendências imperialistas/colonialistas mantêm-se, vejamos os casos de invasão da Ucrânia pela Federação Russa ou as pretensões à Groenlândia, por parte da presidência norte-americana.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa saiu destruída e perdeu definitivamente a sua supremacia no mundo que mantinha desde o século XIX. Dá-se assim início à Guerra Fria: dois blocos antagónicos, o bloco ocidental (liderado pelos EUA) que defendia as democracias liberais e o liberalismo económico e o bloco de Leste (liderado pela URSS) que defendia o comunismo e a planificação da economia. Com o fim do período da Guerra Fria e do Bipolarismo, reforçou-se a hegemonia dos EUA, a partir de 1991, mas logo surgem novos pólos económicos. Um desses pólos é a China que mantendo o comunismo a nível interno, criou um sistema alternativo - o socialismo de mercado, abrindo-se à economia de mercado a nível externo.

Em Portugal, a maior mudança foi a Revolução do 25 de Abril de 1974 e a democratização do país que levou à atual constituição, aprovada em 1976 e que apesar de várias revisões permanece a mesma e com ela aderimos à UE.

Hoje, a UE continua a garantir o respeito pelos Direitos Humanos cuja declaração surgiu em 1948, que apesar das atrocidades das guerras e das várias tensões religiosas, nacionalistas e pluriétnicas que ainda permanecem nos nossos dias, continuam a ser os ideais da UE. Outra permanência é que o continente Africano sofre ainda as consequências do colonialismo, evidentes no caminho do desenvolvimento de todos os seus países. 

 Foi também a partir do fim da Guerra Fria que proliferaram os grupos e países com posse de armamento nuclear, principalmente no Oriente e um aumento significativo dos grupos extremistas islâmicos e que hoje desafiam a segurança a nível mundial. 

A preocupação com o ambiente, uma enorme alteração dos dias de hoje, que tem sensibilizado vários ativistas como a Sueca Greta Thunberg, assume-se como uma das causas que mais nos mobiliza como jovens. No entanto, o ceticismo relativamente às alterações climáticas por parte de líderes políticos aumentou e tem-se tornado um enorme entrave à mudança. 

Foram, de facto, os avanços tecnológicos que permitiram a globalização, no entanto, permanecem desigualdades no acesso às TIC.

A UE continua a ser um projeto único e por isso, original e Portugal, ao integrá-lo em 1986, tirou proveito para o desenvolvimento económico do país, com os maciços investimentos nas infraestruturas, no setor da saúde e da educação entre muitos outros, contribuindo para a diminuição do analfabetismo. No entanto, atualmente outros obstáculos persistem: não existe no nosso país, na atualidade, falta de acesso à informação, pois rapidamente pesquisamos na internet e encontramos respostas e temos o ensino obrigatório até aos 18 anos. Esperava-se assim, dotar as futuras gerações com espírito crítico, aumentar a produtividade e, de certa forma, contribuir para a valorização da ética, para o cumprimento das leis, para o respeito pelos Direitos Humanos e pela diversidade que seriam características de uma população mais instruída. Mas tal não se está a verificar e isso prova que a evolução da Humanidade não é linear, mas muito complexa. 

Apesar das crises e conflitos do passado, a Humanidade tem mostrado capacidade de superação (por exemplo a atual relação entre a França e a Alemanha desde a criação da CECA em 1951). Com diálogo, cooperação e respeito entre os povos, é possível construir um futuro melhor. Aprender com a história e valorizar a sua aprendizagem nas escolas e outras instituições de formação, é a meu ver, o primeiro passo para garantir a paz e a justiça no mundo.

Simone Marques, 12.º D

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Feira Quinhentista




"Há datas que ficam para lá do calendário. Momentos que, por força da sua beleza e verdade, transcendem o tempo e se transformam em memória coletiva. Foi o que aconteceu a 7 de junho de 2025, quando a vila da Póvoa de Lanhoso parou para homenagear, com orgulho e criatividade, os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. E não o fez de forma tímida ou cerimonial, fê-lo com alma, cor, dedicação, numa Feira Quinhentista que ficará gravada nos corações de todos quantos a viveram."


Fotografia da página do jornal Maria da Fonte dedicada à Feira Quinhentista.




Alunos do 2.º ciclo visitam a MagikLand num dia de aprendizagem e diversão

 No dia 11 de junho de 2025, cerca de 69 alunos dos 5.º e 6.º anos, acompanhados por oito docentes, realizaram uma visita de estudo à MagikLand, em Penafiel. Este parque temático proporcionou um dia repleto de alegria, aventura e descoberta, reforçando os laços entre alunos e professores.

Com sete hectares divididos em seis áreas temáticas, a MagikLand apresenta-se como um espaço de fantasia e diversão, onde não só as crianças, mas também os adultos, são convidados a participar nas atividades lúdicas.

A visita começou na zona temática de África, com telhados de colmo e elementos culturais típicos, onde os alunos experimentaram o safari em camiões do Dakar, voaram nos aviões “África Minha” e divertiram-se com os carrinhos de choque na Sanzala. A adrenalina esteve em alta com os Bumper Boots e o radical Enterprise.

Seguiu-se o Mundo da Confusão, inspirado em Paris e no universo da fantasia, com carrosséis, duendes, personagens icónicas como o Mickey e a Minnie, e até uma Roda Panorâmica com vista sobre o parque. No Bosque Encantado, o comboio serpenteava entre árvores reais e imaginárias.

Na Aldeia Medieval, entre castelos e torres, os alunos mergulharam num cenário de cavaleiros e donzelas. Mais à frente, no Refúgio dos Piratas, exploraram uma ilha com um galeão ancorado e viveram aventuras na montanha-russa Corsária. A zona do Far-West ofereceu emoção na Montanha Mágica, encontros com índios e uma caravana do velho oeste.

Durante a viagem de comboio pela Estação dos Carvalhais, os alunos visitaram um mundo pré-histórico com dinossauros e cascatas, cruzando novamente as várias áreas do parque. No Souk e já no mercado árabe, contemplaram o Refúgio dos Piratas antes de terminarem o dia com um mergulho refrescante na lagoa artificial.

Esta atividade teve como objetivos o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis, a promoção de comportamentos responsáveis e a aquisição de princípios de cidadania e inclusão. Foi também uma oportunidade para aplicar os conteúdos trabalhados nas aulas de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), nomeadamente no domínio do autoconhecimento, autoestima e respeito pela natureza.

Os alunos mostraram-se muito satisfeitos com a experiência e destacaram a importância do convívio e da diversão partilhada. A visita à MagikLand revelou-se uma atividade enriquecedora, contribuindo para a formação integral dos estudantes, em linha com os princípios do projeto educativo do agrupamento.

O Professor de EMRC, José Ribeiro



quarta-feira, 11 de junho de 2025

Campeonato de Ciência e Escrita Criativa

 A turma B do 6º ano obteve o segundo lugar ao participar na 5ª edição do Campeonato de Ciência e Escrita Criativa, iniciativa da Penguin Educação, com o apoio da Rede de Bibliotecas Escolares e do Plano Nacional de Leitura. Este projeto tem como objetivo estimular a leitura, a escrita e a experimentação; potenciar o pensamento crítico; despertar a criatividade; e fomentar a transdisciplinaridade, com base na coleção, Clube dos Cientistas, de Maria Francisca Macedo. Lido um dos livros, O Clube dos Cientistas 2: Um Estranho Caso na Quinta, deu-se asas à imaginação e assim nasceu não só um novo capítulo da história, mas também um protocolo experimental, de acordo com a invenção proposta na nova cena, tudo isto resultado do trabalho colaborativo e de articulação entre a disciplina de Português e o Clube de Ciência Viva. Muitos parabéns!

 Bianca Oliveira, Maria do Céu Fernandes e Susana Cunha


 

terça-feira, 10 de junho de 2025

FEIRA QUINHENTISTA - 07.06.25


 “Amor é fogo que arde sem se ver” - o verso que ilustra não apenas o amor, mas que também identifica o seu autor: Luís Vaz de Camões, o poeta que enaltece os portugueses numa das maiores epopeias alguma vez escritas. Camões nasceu em Lisboa, provavelmente em 1524, e supostamente faleceu por volta de 1579. É considerado um dos maiores poetas da literatura portuguesa. No entanto, com certeza, pouco se sabe sobre a sua vida — talvez por ter vivido há tantos séculos atrás!

 A nossa escola mergulhou no espírito do século XVI com a realização de um Sarau Quinhentista dedicado a Luís de Camões, figura incontornável da literatura portuguesa.  A atividade integrou-se na Feira Quinhentista da escola, e proporcionou um dia repleto de cultura, arte e emoção.
O Sarau, cuidadosamente preparado por alunos e professores de várias turmas, teve lugar na Praça Eng. Armando Rodrigues - Póvoa de Lanhoso, que foi transformada num autêntico cenário renascentista.

O espaço da feira, desde a decoração aos trajes de época, tudo contribuiu para criar uma atmosfera envolvente que nos transportou para o tempo de Camões. Alunos do ensino básico e secundário, professores e funcionários participaram com grande entusiasmo, mostrando talento e dedicação em tudo. Houve música, danças, jogos, teatro, animais, comida, poemas declamados por alunos,  fogo de artificio, cortejo e representação de uma luta de espadas! Um ambiente totalmente diferente e único, sem dúvida!



VALQUÍRIAS

Mariana Lopes

No dia 7 de junho de 2025, vivi uma experiência que nunca pensei ser capaz de realizar e que posso dizer ter sido uma das melhores da minha vida: participar numa feira quinhentista e interagir diretamente com o público.
Desde os ensaios até ao momento de atuar, senti-me sempre segura, porém, um pouco nervosa. Abrir a feira com a minha colega Matilde e com o grupo medieval a que pertenço, “As Valquírias”, foi um misto de emoções. Consegui mostrar aquilo de que realmente gosto, sair da minha zona de conforto e revelar um outro lado de mim — mais confiante e apaixonado pela arte.
Nada disto teria sido possível sem o apoio das minhas colegas, da minha orientadora Beatriz Lobo e da professora Lurdes Silva. Aproveito para agradecer também aos restantes professores, aos funcionários e ao diretor da escola, que acolheram este projeto de braços abertos. Sem todos vós, nada disto teria sido possível.
Foi uma experiência muito enriquecedora, aprendi imensas coisas de forma divertida e descontraída. Nunca imaginei que fosse capaz de participar num evento assim. No entanto, esta experiência mostrou-me que somos capazes de tudo — é preciso acreditar.
É difícil   encontrar as palavras certas para descrever o que foram as "Residências Artísticas", incluindo este evento incrível e todas as coisas maravilhosas que fizemos e aprendemos. Levarei para sempre comigo este projeto, esta escola, e todos os colegas e professores que me ajudaram a crescer e a distinguir o certo do errado.


OS ARDINAS

 Mariana Lopes e Matilde Silva

Foi uma grande experiência e estávamos muito reticentes antes da concretização do evento. Depois, entrámos de cabeça e graças às dicas da professora Beatriz Lobo, tudo se tornou bem mais fácil. Foi difícil o interpelar o público, até tivemos de fazer a cena duas vezes e, na segunda, já utilizámos microfones para as pessoas conseguirem ouvir o que tínhamos para dizer.

AS APRESENTADORAS

 Inês Macedo e Matilde Silva


Nós fomos as apresentadoras do Sarau. Apesar de termos tido um suporte em papel, tínhamos receio de falhar e das pessoas não nos entenderem. Por outro lado, mesmo que errássemos, havia o olhar da família e dos amigos a apoiar-nos, o que nos trouxe uma maior segurança, que foi corroborada pelo facto de sermos duas a apresentar e de termos alguma empatia, o que  fez com que as coisas fluíssem com mais naturalidade.

 Durante o dia, andámos a fazer as coisas a correr, porque queríamos que este projeto tivesse sucesso, mas foi uma correria que vai ficar marcada no nosso coração! Esta correria fez com que soubéssemos que tudo é possível, desde que sejamos dedicadas.


REPORTAGEM FOTOGRÁFICA

 Letícia Araújo


 Senti, verdadeiramente, que viajei no tempo. Ao chegar à Praça Eng. Armando Rodrigues, deparei-me com um cenário absolutamente deslumbrante — tudo cuidadosamente recriado para nos fazer mergulhar no século XVI. A decoração, os trajes de época, os sons e até os aromas do ambiente criavam uma atmosfera mágica, como se a própria história tivesse descido à rua. Enquanto ia fotografando, fui testemunha o entusiasmo contagiante de alunos, professores e funcionários. A dedicação era visível em cada detalhe: desde a expressão orgulhosa de quem desfilava no cortejo até aos sorrisos tímidos de alunos a declamar poemas de Camões. Houve música ao vivo, danças tradicionais, jogos, entre muitas outras atividades de entretenimento, que arrancaram aplausos e sorrisos de todos os presentes. Os animais, os aromas das comidas e os trajes ricos em pormenores deram às minhas fotografias uma riqueza visual.
 Fotografar este evento foi mais do que uma tarefa — foi um privilégio. Senti-me parte de algo especial, de uma escola que vive e celebra a cultura com alma e criatividade. Saí de lá com a sensação de ter assistido, não apenas a uma atividade escolar, mas a um verdadeiro mergulho na história, vivido com emoção e autenticidade.


TESTEMUNHAS DO PÚBLICO E DE OUTROS ALUNOS


 Maria Inês Silva (Aluna do 12ºA) - "Na minha opinião, o sarau foi um verdadeiro sucesso e acredito que todos estiveram muito bem.
Estar em cima do palco foi, para mim, uma experiência única e inesquecível, que certamente contribuiu para o meu crescimento pessoal e acrescentou muito à minha bagagem de vida."


Simone Marques (Aluna do 12ºD) - "Participar neste sarau foi uma experiência muito especial. Achei interessante homenagear Camões de forma criativa e dinâmica. As apresentações revelaram os talentos diversos por parte de todos os colegas. Foi uma atividade enriquecedora, ajudou-me a conhecer melhor tanto a época, como a obra do poeta. Gostei muito do ambiente, dos figurinos e da forma como todos se envolveram. Foi também uma maneira divertida de unir toda a comunidade escolar e local. Camões, ontem, ganhou vida e foi um prazer recordar todos os seus feitos grandiosos. Espero que a escola promova mais momentos assim!"


 Gonçalo Oliveira (Aluno do 12ºC) - "Confesso que estava nervoso por ir tocar guitarra à frente de toda a gente, mas correu tudo muito bem. Achei um espetáculo. Tudo foi muito bem organizado."


Encarregada de Educação - "Achei muito interessante o sarau, que, inspirado na poesia, no teatro e na música, revelou o talento e o comprometimento dos alunos em cada apresentação."


Criança - "Gostei muito das Ardinas. Achei muito fixe as meninas com o fogo à noite e gostei muito das corujas e dos mochos que estavam lá."

 

Moral da história?

 Luís de Camões não foi apenas um poeta. Foi o arquiteto da nossa identidade. O navegador que trocou a caravela pela palavra. O homem que, mesmo na adversidade, escreveu como quem ergue um monumento à alma de um povo. Pode ter perdido um olho, mas nunca perdeu a visão de escrever algo marcante e eterno.

 Queremos deixar um agradecimento a todos os envolvidos neste projeto e a todas as pessoas que nos ajudaram com os seus testemunhos. Sem o grande empenho das professoras de teatro (Beatriz Lobo e Dalila Lourenço), dos professores da escola, alunos e funcionários, nada disto teria sido possível. Estão todos de parabéns! Foi, não só uma forma muito bonita de homenagear Camões, mas também uma forma de juntar toda a comunidade escolar, sem ser em contexto de aulas - o que prova que somos mais de que uma escola, somos a união, a crença, a esperança, a vitalidade, …!

 E, agora, deixámos aqui o nosso último contributo, não só desta nossa última atividade escolar, mas também nos artigos para o jornal. Foi um enorme orgulho ter feito parte do Jornal Preto no Branco. Se nos fosse dada a oportunidade de fazer tudo de novo, abraçaríamos o projeto sem pensar duas vezes. Ao longo deste percurso, demos voz a palestras, visitas de estudo, atividades escolares e a tantos outros momentos vividos na escola. Além disso, também deixamos aqui, de certa forma, um pedacinho de nós. Continuaremos de olho nas futuras notícias! Agora, de partida para a Universidade, levamos connosco, não só um pedacinho do Jornal Preto no Branco, mas também um carinho imenso por esta escola e por todos os professores e funcionários que passaram por nós, deixando um bocadinho de si nos nossos corações. E quando nos perguntarem que escolas frequentamos, não nos esqueceremos de referir a Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso.
 Quem sabe um dia voltaremos a escrever um artigo enquanto universitárias para os futuros estudantes da AEPL.

 Até um dia, Jornal Preto no Branco.
 Até um dia, queridos professores e funcionários.
 Até um dia, queridos colegas.
 Até um dia, querida escola que foi casa.
 Até um dia.

 As alunas finalistas,
 Cândida Carvalho - 12.ºB
 Inês Macedo - 12.ºB
 Letícia Araújo - 12.ºB
 Mariana Lopes - 12.ºB
 Matilde Silva - 12.ºB

 

Feira Quinhentista - Fora da Zona de Conforto, Dentro do Coração

 

Fora da Zona de Conforto, Dentro do Coração.

Foi na Feira Quinhentista que fizemos algo fora da nossa zona de conforto, e não nos arrependemos nada. Vestirmo-nos de ardinas e ter de interpretar este personagem enquanto interagíamos diretamente com o público foi uma experiência inesperada, mas incrível. Nunca pensamos no teatro como algo indicado para nós, porque normalmente preferimos interagir apenas com aqueles com quem nos sentimos mais confortáveis. Nos ensaios, fazíamos exercícios que nos ajudaram a controlar a rapidez com que falávamos, a dicção, a respiração e aprendemos, ainda, a controlar os gestos e o corpo. Foi nestes mesmos momentos que fomos ganhando mais carinho pelos personagens que, embora fossem das coisas mais simples, puxaram por uma parte de nós que estava escondida. Fomos aperfeiçoando com as indicações dadas e tentamos fazer o nosso melhor. Ensaiamos até ao último minuto para nos sentirmos mais seguras.

Confessamos que o nervosismo nos atacou quando estávamos a poucos minutos de entrar. No entanto, estarmos juntas a caminhar por novos caminhos, e ver a cara da nossa orientadora, Beatriz Lobo, a assegurar-nos que íamos conseguir, deixou-nos mais à-vontade. Agradecemos à Beatriz por nos “arrastar” para esta atividade, que ficará para sempre guardada nos nossos corações e nos fez ver que podemos brilhar em algo diferente, desde que tentemos.

Um enorme obrigada a todos os envolvidos nesta Feira, que nos fez lembrar o poeta que tanto cantou os feitos de Portugal, para nos lembrar que podemos continuar a atingir ainda mais feitos. Um obrigada especial à Beatriz Lobo, que confiou em nós quando nem nós confiávamos.

Foi uma ótima maneira de terminar o nosso último ano nesta escola e, ter este projeto como o último, deixa-nos orgulhosas. Recordaremos tudo isto com muito orgulho e carinho!

Mais uma vez, obrigada!

Matilde Silva e Mariana Lopes – 12.º B




sábado, 7 de junho de 2025

Feira Quinhentista - Programa





Feira Quinhentista

Veja o Programa:


 

 

Pequenos e Grandes Artistas

 Pequenos e Grandes Artistas puseram mãos à obra e criaram verdadeiras peças de arte inspiradas na época de Luís Vaz de Camões!

Numa homenagem a  Camões e a toda a sua obra, vamos realizar a Feira Quinhentista inserida nas comemorações dos 500 anos do seu nascimento que conta com a exposição de todos os instrumentos musicais elaborados pelas famílias ! 

Lúcia Dias




Ouvir, ver e ler

 Ler

O Rapaz e o Cão é um livro de Seishu Hase. É um romance comovente que explora o poder dos afetos e dos laços entre seres vivos.  A narrativa tem início após um terramoto seguido de um tsunami no Japão, quando Kazumasa, um jovem que tenta reconstruir a vida para ajudar a sua mãe, encontra um cão perdido chamado Tamon, pois ele tinha consigo uma placa na coleira indicando o seu nome, este parece estar esfomeado e exibe um olhar doce, levando Kazumasa a vê-lo como um anjo da guarda.  No entanto, Tamon insiste em procurar algo ou alguém, sempre virado para sul. 

À medida que a história se desenrola, Tamon cruza-se com diversas pessoas, tocando as suas vidas e enchendo-as de esperança, enquanto prossegue a sua jornada para reencontrar alguém muito especial.  O romance destaca-se por mostrar como pequenos gestos e encontros podem iluminar as sombras da tristeza…

 

Ana Catarina Freitas, 10.ºB


Ver

A Culpa é das Estrelas,  de John Green.


Ver este filme é viver a nossa juventude na juventude do “outro”. É descobrir o amor e como este sentimento lida e vive com a doença.

As personagens principais são a  Hazel Grace Lancaster e   Augustus Waters , dois adolescentes que se conhecem num grupo que  apoia  doentes com cancro.

 É uma história emocionante sobre amor, resiliência e superação.

 



Lara Silva, 10.ºB





Ouvir

Com a música, “Deslocado”, os Napa, venceram o festival RTP da canção de 2025, tendo por isso, sido a música levada para representar Portugal no grande festival da eurovisão, que ficou em 21.º lugar, na grande final, música que encantou o povo português e o de outros países. A faixa mistura um groove descontraído com letras que retratam a sensação de “não-pertencimento” e uma inquietação que se insinua subtilmente entre batidas suaves e sintetizadores melancólicos, algo que é muito comum para os portugueses, mais especificamente para os emigrantes. 

A voz, meio falada, meio cantada, reforça essa sensação de distância emocional, como quem observa o mundo de fora. Há uma estética que nos transporta para um cenário de becos iluminados a néon, onde tudo parece em constante movimento, menos o narrador, que se mantém estanque no seu próprio mundo, com saudades da sua terra natal.

“Deslocado” é uma canção curta, mas carregada de atmosfera e emoção. Mostra os Napa num registo maduro e seguro, a explorar territórios sonoros com a sua identidade própria. Para quem procura música portuguesa contemporânea fora dos moldes convencionais, esta é uma música obrigatória.

 

Jesus Tinoco, 10.ºB

11.º C cria revista digital "Tesouros da Região"

A turma do 11º C desenvolveu o projeto "Tesouros da Região: do Ouro ao Bom Jesus" em Cidadania e Desenvolvimento.

As atividades incluíram:

  • Visita de estudo ao Museu do Ouro, Santuário de Porto d'Ave e Bom Jesus de Braga
  • Criação de panfletos informativos (português e inglês) sobre o património local
  • Inquéritos aos comerciantes locais sobre sustentabilidade, património e empreendedorismo no Dia de Aulas ao Ar Livre (8 de maio)

A turma criou uma revista digital no Canva com fotografias, textos informativos e gráficos dos dados recolhidos.

Consulte os materiais criados:

  • Revista digital

  • Panfletos (PT/EN)

    


 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Primeiros Socorros no JI de Taíde

No dia 27 de maio, o Jardim de Infância de Taíde, teve a visita de um Encarregado de Educação, que partilhou algumas noções sobre os primeiros socorros, explicando como se deve atuar em algumas situações.

Nesta atividade as crianças observaram e aprenderam como agir em determinadas situações, que podem ocorrer no dia a dia do Jardim de Infância.

As educadoras de Taíde



Encontros Interculturais no AEPL: Celebrar a Diversidade!

 No passado dia 2 de junho, o nosso Agrupamento  promoveu os Encontros Interculturais, uma iniciativa dedicada aos alunos recém-chegados do estrangeiro. O objetivo? Fomentar a integração, a partilha de vivências e valorizar a diversidade cultural que enriquece a nossa comunidade escolar.

Os alunos participaram num animado Bingo Cultural, onde, de forma divertida, descobriram curiosidades uns sobre os outros com base nas suas experiências em Portugal.

Seguiu-se um momento de reflexão em grande grupo: partilharam os desafios enfrentados, os sucessos conquistados e o que poderia ter corrido melhor,  dando excelentes sugestões para implementar no próximo ano no acolhimento aos alunos estrangeiros. Foi uma conversa inspiradora que revelou não só a resiliência dos alunos, mas também a importância de continuar a construir uma escola mais inclusiva e acolhedora.

Na Escola Secundária, os alunos assinalaram os seus países de origem no mapa AEPL Cultura+, celebrando a riqueza cultural do agrupamento. Já na Escola Básica do Ave, criaram um puzzle coletivo, onde cada peça representava a identidade de cada um – mostrando que, juntos, formamos um todo.

Este foi um dia repleto de respeito, escuta ativa e empatia, com o olhar voltado para o futuro: acolher, apoiar e crescer com todos os que chegam!




Dia Mundial da Criança

 No dia 2 de junho, comemoramos o Dia Mundial da Criança, só com brincadeiras. 

No período da manhã as crianças lancharam e brincaram livremente no Terreiro. De seguida, fizemos uma caminhada pela zona. Ao longo da caminhada, passámos pela farmácia e fomos contemplados com vários presentes: pipocas, um livro para colorir e lápis de cor. No período da tarde, comeram pipocas e saborearam um gelado, no recreio exterior. Foi um dia muito divertido para todos!


As educadoras de Taíde




Visita de estudo ao Eco Parque "Pé Descalço", em Ponte de Lima.

 

No dia 29 de maio, as crianças da Educação Pré-escolar, dos diferentes Jardins de Infância do Agrupamento, realizaram uma visita de estudo ao Eco Parque "Pé Descalço", em Ponte de Lima. Neste parque puderam realizar diferentes atividades, nomeadamente, o percurso do Pé descalço, a visita à árvore dos desejos, o brincar nas cozinhas de lama, as corridas de karts e experimentar outras atividades igualmente divertidas.

De seguida, fizemos um piquenique na zona destinada à alimentação.

As crianças gostaram muito desta atividade. Foi um dia diferente, divertido e de muita brincadeira.


As Educadoras



terça-feira, 3 de junho de 2025

Leituras Encenadas - JI de Simães

 

No dia 26 de maio, recebemos a visita de duas atrizes de teatro que nos apresentaram a história: “A Bondade é o Nosso Super Poder”, no âmbito do projeto Leituras Encenadas. Foi um momento fantástico de aprendizagem sobre a bondade, um tema bastante trabalhado no jardim-de-infância.

Neste contexto surgiram algumas frases bastante pertinentes que foram ao encontro da perceção das crianças sobre este tema.

Abraços aos amigos

Pedir desculpa

Ajudar as pessoas

Partilhar os brinquedos

Deixar os amigos brincar connosco

Ai que lindo que é ser amigo

Não ficar zangado quando alguém nos magoa

 

E, assim , se repetiram várias vezes as mesmas frases.

Esta atividade foi da responsabilidade do Pelouro da Cultura, da Câmara Municipal, em articulação com a biblioteca da EB do Ave.

 

Lúcia Salgado


 

 

A evolução da Humanidade nos últimos cem anos - Entre as mudanças e as continuidades.

 A história contemporânea é marcada por uma forte tensão entre rutura e continuidade. Ao longo dos últimos cem anos, o mundo assistiu a crises globais, confrontos ideológicos, à formação e queda de impérios, a experiências autoritárias e à construção de novos modelos de cooperação e cidadania.

Comparar os diferentes contextos históricos, da primeira metade do século XX ao mundo atual, permite perceber que as mudanças não ocorreram todas ao mesmo tempo nem foram, necessariamente, para melhor. Ao mesmo tempo, muitas estruturas e problemas permaneceram mesmo em épocas de progresso.

Esta reflexão analisa essas mudanças e permanências desde a primeira metade do século XX, o período da Segunda Guerra Mundial ao início da década de 1980 e o mundo contemporâneo, desde 1990 até à atualidade.

No início do século XX, os impérios europeus dominavam grande parte do planeta. A Primeira Guerra Mundial destruiu esse equilíbrio, gerando novos Estados e promovendo a criação da Sociedade das Nações (SDN) que pretendia garantir a paz.

 Nos anos de 1920, os EUA emergiram como potência económica e tecnológica e vivenciou-se a apreciação da vida através dos “Roaring Twenties” que moldaram novas conceções e aproximaram a emancipação feminina. No entanto, a crise de 1929 (“O crash de Wall Street”) abalou a economia mundial e, apesar da resistência da democracia, abriu caminho a regimes autoritários como o Fascismo, o Nazismo e o Estado Novo, em Portugal.

Em 1917, as Revoluções Russas criaram a primeira alternativa ao capitalismo liberal com a implementação de um regime comunista de economia planificada. Nos anos seguintes, a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) expandiu a sua influência, tornando-se uma superpotência no decorrer da Segunda Guerra Mundial. A guerra, devastadora e “abre-olhos” para a capacidade dos seres humanos em fazer os outros sofrer, terminou com a criação da ONU, uma estrutura mais eficaz e ambiciosa do que a SDN, fundada para garantir a paz, a cooperação e os Direitos Humanos.

 Após o conflito, o mundo dividiu-se em dois blocos antagónicos, dando origem à Guerra Fria. Os EUA lideraram o bloco capitalista, apoiados por alianças como a OTAN e pelo seu poder económico, científico e militar.

A sua hegemonia baseou-se na força do dólar, utilizado como referência para ajudar os países afetados pelas guerras mundiais e pelas crises económicas, desde o Plano Marshall e a OECE, passando pela influência cultural até ao papel de “polícias do mundo” em conflitos como a Guerra do Vietname e do Golfo. A URSS liderava o bloco socialista comunista, com regimes alinhados no Leste da Europa, organizados e aprisionados em torno do Pacto de Varsóvia e do COMECON. Durante esse período, o mundo ocidental viveu os “Trinta Gloriosos” (1945-1973), um tempo de crescimento económico, melhoria do bem-estar e construção do Estado Providência (“Welfare State”). Portugal, contudo, permaneceu sob a ditadura e mergulhado na Guerra Colonial. Só com o 25 de Abril de 1974 é que o país iniciou o processo de democratização e descolonização e uma reaproximação ao mundo, depois de tanto tempo isolado, encetando também o caminho do desenvolvimento.

Entre os anos 1950 e 1970, verificou-se a descolonização não só de África como, também e anteriormente, da Ásia, impulsionando a emergência do Terceiro Mundo. Muitos dos novos Estados, apesar da independência, mantiveram-se dependentes das grandes potências, o que deu origem ao Neocolonialismo. A instabilidade política, a pobreza e a fraca industrialização permaneceram em vários destes países, refletindo uma mudança incompleta para a democracia plena.

 Nos anos 1980, a URSS entrou em crise. A partir de 1985, Mikhail Gorbatchev implementou reformas como a Perestroika (reestruturação económica) e a Glasnost (abertura/ transparência política), na tentativa de salvar o regime. No entanto, as reformas levaram ao colapso da URSS, à queda do Muro de Berlim e, para alguns, ao fim da Guerra Fria. A desagregação do bloco soviético revelou desigualdades profundas, tensões étnicas e falhas no processo de transição para o capitalismo, sobretudo nos países do leste europeu. Com o fim do bipolarismo, os EUA afirmaram-se como a única superpotência, surgindo um novo quadro geopolítico unipolar. No entanto, esta hegemonia começou a ser desafiada por outros países e outros polos então emergentes.

A partir da década de 1990, presenciou-se o crescimento da União Europeia, que passou de uma comunidade económica (CEE, Comunidade Económica Europeia) para um projeto político ambicioso. A cidadania europeia, a livre circulação e o euro tornaram-se símbolos de unidade na diversidade, embora tenham surgido dificuldades como: o euroceticismo, desigualdades internas e tensões entre países membros. Portugal integrou-se neste projeto em 1986, beneficiando de fundos, modernizações e de uma maior projeção internacional, consolidando assim o caminho do desenvolvimento.

Ao mesmo tempo, a região da Ásia destacou-se como novo centro de poder económico. O crescimento dos “Quatro Dragões Asiáticos”, inspirados pelo “Milagre japonês” desde 1945, e o surgimento da China como potência global, mudaram o equilíbrio mundial. A abertura económica da China, a integração de Hong Kong e Macau e a aposta em tecnologia e exportações consolidaram a sua posição como rival dos EUA. O modelo de “um país, dois sistemas” permitiu combinar o controlo político do Partido Comunista Chinês a nível interno,  com uma economia de mercado, o “socialismo de mercado”, a nível externo,  que impulsionou o seu desenvolvimento e a sua afirmação.

 Após a Guerra Fria, eclodiram conflitos nos Balcãs, no Médio Oriente e em várias regiões de África. Muitos destes conflitos tinham raízes históricas, divisões étnicas e interesses económicos por detrás, revelando que a paz não foi garantida com o fim do conflito Leste-Oeste.

 O início do século XXI trouxe uma nova fase de globalização, dominada por lógicas neoliberais. As trocas comerciais aumentaram, as tecnologias de comunicação aproximaram as sociedades e as economias tornaram-se interdependentes. Porém, este processo gerou novas desigualdades, precariedade laboral, desafios ambientais, migrações em massa e fragilidades nas democracias. Portugal, integrado neste sistema global, beneficiou de investimentos mas também sentiu os efeitos das crises económicas e da austeridade.

 Em suma, as mudanças não aconteceram todas ao mesmo tempo, nem tiveram os mesmos efeitos em todos os contextos. A história recente mostra avanços significativos na ciência, nos direitos, na cooperação internacional, mas também resistências, exclusões e desequilíbrios que se mantém. Portugal é exemplo disso: passou de império autoritário a democracia europeia mas enfrenta convulsões, crises e desigualdades que não desapareceram com a mudança política.

A perspetiva crítica sobre os últimos cem anos obriga-nos a reconhecer que o progresso não é automático nem linear. Compreender o que mudou e o que permaneceu ajuda a olhar para o presente com maior responsabilidade e consciência histórica. A história é feita de escolhas e cabe-nos a nós, conscientes dos efeitos das mesmas, fazer opções mais justas do que as que, por vezes, marcaram o passado ou aproveitando os exemplos positivos, para continuar em frente com maior segurança.

Filipa Silva (12.ºD, CCHLH).