Entender o trabalho de cada um como trabalho de todos. Foi o caminho para a organização/realização do projeto de DAC na turma D do 12.º ano. A poesia de Antero de Quental levou-nos a trabalhar em todas as disciplinas e conduziu-nos até aos mais pequeninos – os alunos do 1.ºciclo.
Levamos sonhos,
despertamos sonhos, trouxemos outros sonhos…
Sonho
que sou girassol em vasto campo num dia ensolarado. Ocupo os meus dias a seguir
o trajeto do meu amigo sol, que me ajuda a crescer e a ficar forte para
ultrapassar os dias de vento e chuva, para que possa ser admirado pelos idosos
que por cá passam nas suas caminhadas matinais, pelos jovens casais
apaixonados, ou até mesmo pelos adultos que encontram nos passeios rurais um
pouco de paz da vida citadina.
O
meu tamanho, e o meu belo tom amarelado dá-me destaque para com as minhas
amigas de caule, mas não me considero superior. Tal como elas, o meu maior
prazer encontra-se nas coisas simples, como alegrar o dia aos que me rodeiam,
ou sentir nas minhas pétalas uma leve brisa de verão.
Porém,
nesta vida, sou apenas uma frágil e sensível margarida.
Maria Moreira,
12.º D
No fim, a opinião deste trabalho:
Captar a atenção das crianças
era o que mais queríamos e pareceu-nos, pela sua reação, termos conseguido.
Todo o trabalho desenvolvido durante as aulas nas diferentes disciplinas
começava a ter “corpo”. Sentíamos o nervosismo mas também a alegria.
Quando começámos a ouvir o sr.
Professor Fernando cantar houve um “arrepio”. Já tínhamos trabalhado e ensaiado
a canção do Rui Veloso, mas aquele espaço com as crianças tão atentas e presas
à voz do senhor professor, foi avassalador.
Depois, a sala de aula foi outra
aventura. A leitura dos textos que escrevemos levou a que conhecêssemos os
sonhos dos mais pequeninos. E foram tantos e tão diferentes! Mas houve um que
nos dilacerou “… querer começar outro ano para ter material novo porque na
escola antiga não lhe deram…”percebemos depois que este sonho seria
concretizado em breve.
Este tempo encheu-nos e
aqueceu-nos a alma. Não só nos sentimos privilegiados por poder partilhar os
nossos textos com aquelas crianças como felizes por conseguirmos que nos
divulgassem os seus sonhos. Para além disso, foi maravilhoso podermos recordar
os momentos já vividos também naquele espaço.
São atividades como esta que nos
ajudam e nos ensinam. Sentimos que crescemos e que aprendemos. As situações
mais delicadas interpelaram-nos e despertaram-nos para realidades diferentes na
escola. Experimentamos vivências tão ricas que dificilmente as experimentaríamos
numa sala de aula. Sentimo-nos abraçados por todas as crianças. Ficamos tão
quentinhos!
Texto coletivo – 12.ºD